Compartilhar isto

Assine a Rock News!

Conteúdos sobre autoconhecimento! :)

Inteligência Artificial x Inteligência Emocional: o futuro chegou

Qual é o futuro da inteligência artificial no trabalho
Daniele Ricci
Compartilhar isto

O escritor Isaac Asimov escreveu, há 70 anos, a ficção científica Eu, Robô, história que, em 2004, ganhou as telas de cinema, estrelada pelo ator Will Smith em um filme de ação homônimo, sucesso de bilheteria.

Basicamente, a obra se resume a: de um lado máquinas com Inteligência Artificial começam a expressar emoções e comportamentos humanos; de outro, elas colocam em xeque a nossa capacidade de autopreservação.

Na adaptação para o cinema, o personagem Del Spooner, um delegado traumatizado, questiona a capacidade analítica dos robôs, que não consideram emoções, piedade, compaixão e empatia. A programação fria, que permite grandes cálculos e análises precisas, deixa de avaliar o significado dos números na vida cotidiana das pessoas.

Uma discussão, por mais futurista que pareça à luz dessas obras, nos revela um pouco do nosso momento presente: como usar o melhor dos dois mundos – Inteligência Emocional (IE) e Inteligência Artificial (IA) – em nosso favor?

Enquanto tabelas, gráficos, aplicativos e softwares nos tornam mais eficientes e produtivos, estimulando nosso raciocínio para trabalhar em sistemas lógicos, estamos mais ansiosos, com a saúde mental comprometida pela falta de contato social, ignorando nossos sentimentos e sem saber lidar com as informações de maneira criativa e eficiente.

Nesse contexto, parecemos ser mais máquinas e menos humanos. Fica claro, porém, que trabalhar somente com a Inteligência Artificial é um limite para o futuro do trabalho.

Como as emoções afetam nosso comportamento

Apesar de o cérebro humano ser muito comparado a um computador, existe um elemento que o torna diferente de uma máquina: a emoção.

Ela é um dado que sempre está atuando no “sistema” chamado mente. É o que nos faz capaz de discernir sobre o que é importante, interessante, confuso, divertido, irritante, comovente etc. O que nos motiva.

Cientificamente, emoção é o que sentimos no corpo a partir de um estímulo ambiental. É algo natural, que está presente em todo animal – sendo responsável pela autopreservação e continuidade da espécie.

Isso porque as emoções impactam nosso comportamento. Se estivermos sob o efeito do medo, por exemplo, podemos paralisar, fugir ou atacar o que nos ameaça.

Já o sentimento, é fruto daquilo que construímos a partir das nossas emoções. Como a nossa mente reage àquilo que vivenciamos pelo corpo (emoção). É quando o que sentimos passa por nosso sistema cognitivo e pela nossa avaliação e traduz-se em tristeza, frustração, ciúmes, alegria, vergonha e outras sensações.

Ao longo da vida, tendemos a ser culturalmente estimulados a esconder e apagar o que sentimos, como se determinados sentimentos fossem algo negativo. Engolimos o choro e fingimos não estar frustrados ou angustiados. Assim, não aprendemos a reconhecer, lidar e trabalhar com nossos sentimentos mais naturalmente. Mas os sentimentos continuam existindo, querendo ou não.

Inteligência Emocional + Inteligência Artificial no trabalho

No campo do trabalho, a diferença entre Inteligência Emocional e Inteligência Artificial não é uma briga entre lógica e afeto, mas a definição de áreas que precisam ser vistas em suas complexidades e qualidades específicas.

Inteligência Artificial refere-se ao desenvolvimento de sistemas computacionais e processos informatizados. Quanto mais dados vão sendo armazenados, melhor são as análises e menor os erros de cálculos e projeções.

A IA é benéfica para o ser humano, pois amplia a possibilidade de armazenamento de memória e processamento de informações.

Inteligência Emocional, por sua vez, está no âmbito pessoal e comunitário. Trata-se da capacidade de adicionarmos o elemento do pensamento às nossas entradas emocionais.

Quando bem amadurecida, a IE também pode ser cumulativa. Quanto mais dados, ou melhor, quanto mais experiências vividas, maior a possibilidade de analisarmos as situações, compreendermos os desafios e encontrarmos as melhores saídas.

Na definição do psicólogo, jornalista e escritor Daniel Goleman, Inteligência Emocional é a capacidade de reconhecer, compreender e gerenciar nossas próprias emoções, bem como as dos outros. Goleman é considerado referência nessa questão.

Segundo o autor, os 5 Domínios da Inteligência Emocional são:

  • Conhecer as próprias emoções
  • Administrar emoções
  • Automotivação
  • Empatia / Reconhecer emoções em outras pessoas
  • Relacionar-se interpessoalmente

Por que a Inteligência Emocional é a principal qualidade profissional?

Existem inúmeras questões que as máquinas podem resolver melhor do que os seres humanos. Entretanto, elas não podem entender, motivar ou conversar de maneira empática com as pessoas.

Assim como os robôs do filme protagonizado por Will Smith não compreendiam a importância de priorizar o salvamento de uma vida em um acidente, os cálculos frios de um software não são suficientes para determinar os rumos de uma empresa.

As escolhas também dependem dos desejos e sonhos dos CEOs e da equipe, bem como das dinâmicas de mudanças sociais, culturais e econômicas.

Deste modo, a Inteligência Emocional é uma qualidade única, que torna líderes mais criativos e capazes de gerenciar, tanto pessoas quanto o destino das empresas em momentos de crise como o que vivemos.

Em um mundo cada vez mais tecnológico, repleto de informações e dados, alimentar a Inteligência Emocional é conseguir:

  • Estabelecer relações entre dados e a realidade
  • Não tomar decisões impulsivas
  • Identificar oportunidades
  • Construir ambientes de trabalho mais criativos, proativos e voltados ao bem-estar

Prazer em se conhecer

Biólogos, neurocientistas, psicólogos, antropólogos e até mesmo artistas, podem ter como foco de trabalho a emoção humana. Mas são muitas abordagens que levam a um caminho de autoconhecimento e percepção sobre o outro.

Na Rock Ensina, oferecemos a Trilha das Cores, um método que ajuda as pessoas se conhecerem melhor identificando-as em quatro perfis de cores e comportamentos: Azul, Verde, Amarelo e Vermelho. A partir do autoconhecimento, trabalhamos habilidades como Inteligência Emocional, Liderança, Empreendedorismo, Vendas e outras. Conhecer-se melhor e saber administrar e explorar suas emoções é um grande diferencial tanto na vida profissional quanto pessoal.

IA x IE: máquinas que sentem e humanos sem coração

Voltando à história do início, em Eu, Robô existe uma máquina que se destaca entre as outras. Ela tem a capacidade de sonhar e sentir e isso a leva a lutar ao lado dos humanos contra uma insurgência de outra Inteligência Artificial – que visa aprisionar a humanidade por julgá-la incapaz de garantir a própria sobrevivência.

Este, bem como muitos outros filmes e obras de ficção sobre IA, como Matrix, do qual já falamos aqui, nos faz refletir sobre o que nos torna humanos, nossas vulnerabilidades, capacidade de sentir, de nos unirmos, criarmos e mudarmos o mundo ao nosso redor.

Embora humano, o delegado Del Spooner não é um bom exemplo de Inteligência Emocional. Mesmo assim, vale a pena ver ou rever a obra cinematográfica, considerando uma visão a partir dos aspectos que tratamos aqui. Fica a dica!