Compartilhar isto

Assine a Rock News!

Conteúdos sobre autoconhecimento! :)

Ter resiliência não basta. É preciso ser antifrágil

antifragil versus resiliente
Helena Sachs
Compartilhar isto

Em seu livro “Antifrágil: Coisas que se Beneficiam com o Caos”, o professor Nassim Nicholas Taleb define como antifrágeis os organismos ou pessoas que conseguem sobreviver e florescer em cenários de complexidade, aleatoriedade e incertezas.

Lançado no Brasil em 2020, como parte da chamada trilogia da desordem de Taleb, que inclui “A Lógica do Cisne Negro” e “Iludidos pelo Acaso”, “Antifrágil” tem sido considerado a bíblia dos empreendedores que buscam prosperar em um mundo definido pelo acrônimo VUCA – Vulnerável, Incerto, Complexo e Ambíguo, na tradução em português.

A tese de Taleb é que perseguir obsessivamente a estabilidade por si só diante de uma vida dinâmica e imprevisível ou de fenômenos que a gente não entende e nunca vai entender completamente só piora as coisas. Em vez disso, é preciso aprender como viver em meio à volatilidade e como tirar proveito dela. Em outras palavras, é preciso ser antifrágil.

O método das cores da Rock Ensina associa a antifragilidade com pessoas da cor Vermelha. São os empreendedores, que consideram os cenários inesperados quando vão se planejar, preferem momentos de instabilidade e se motivam com o caos. Vermelhos enxergam crises como oportunidade e se reinventam a cada imprevisibilidade.

Em oposição ao antifrágil, temos o frágil e o robusto ou resiliente. Frágil é aquele que sob qualquer pressão não resiste e se rompe. Robusto ou resiliente é aquele que resiste às adversidades por um tempo maior, porém quando elas deixam de existir retorna ao estado inicial.

Os antifrágeis, nas palavras de Taleb, são aqueles que “se beneficiam dos choques”, que “prosperam quando expostos à volatilidade, aleatoriedade, desordem e fatores estressantes e amam a aventura, o risco e a incerteza”. “A antifragilidade está além da resiliência ou robustez. O resiliente resiste a choques e permanece o mesmo; o antifrágil fica melhor’’, escreve Taleb.

Como adotar a antifragilidade na prática

O primeiro passo para se tornar antifrágil é através da inteligência emocional para conseguir manter o equilíbrio e buscar saídas conscientes diante de situações adversas. E não fugir delas.

O mesmo vento que apaga uma vela é capaz de energizar um incêndio, explica Taleb. Ou seja, diante do caos as pessoas podem escolher se esconder e restabelecer a ordem e o controle ou podem aceitar a instabilidade, o estresse, a imprevisibilidade e transformá-los em algo positivo. “Você vai ser o incêndio e desejar a chegada do vento.”

Quando estamos em momentos de crise é natural que nos apeguemos ao passado ou torçamos para que o futuro chegue logo, mas o conceito de antifrágil mostra que é apenas focando no presente que vamos conseguir evoluir e transformar perante as dificuldades.

Ainda que tudo não saia como esperado, após o caos a evolução é certa, ou seja, ficamos mais fortalecidos para a próxima adversidade que certamente virá.

Ser antifrágil é ver o lado bom no estresse

Taleb extrai o conceito de antifragilidade observando o comportamento de organismos na natureza. As ostras, por exemplo, transformam a areia em pérolas. Ou as florestas, contrariando o senso comum, se beneficiam de pequenos incêndios naturais — é através deles que pequenas quantidades de matéria orgânica da floresta são eliminadas constantemente, mas, quando isso não acontece, esse material é acumulado e se torna combustível para incêndios de proporções bem maiores, capazes de dizimar a floresta inteira.

Assim como na natureza, enfrentar pequenas doses de estresse diante do caos é o que separa profissionais bem-sucedidos dos demais. Ao contrário, trabalhar para evitar o estresse e os riscos — algo cada vez mais comum nas sociedades modernas — torna as pessoas ainda mais vulneráveis e suscetíveis ao fracasso.

É por isso que podemos dizer que, em uma quantidade saudável, o estresse não é algo para se evitar ou fugir já que ele é necessário e é um sinal de que as pessoas estão saindo da zona de conforto e buscando fazer o que deve ser feito, o que proporciona novos aprendizados e evolução.

Diante de momentos de intensa pressão, somos desafiados a pensar mais longe, apelando à lógica, à estratégia e também à criatividade. Um elevado estado de alerta e vigilância nos torna mais conscientes e fortes para encarar o inevitável.

A peça-chave para lidar bem com o estresse e ainda evoluir com ele é garantir um bom equilíbrio emocional e ter percorrido um longo caminho anteriormente pela instabilidade e o caos.

8 princípios do livro “Antifrágil” para você se beneficiar com o caos

  • Resista ao impulso de suprimir a aleatoriedade;
  • Certifique-se de colocar sua alma no jogo;
  • Experimente correr pequenos riscos em grande quantidade;
  • Evite os riscos que, se perdidos, acabariam com sua meta;
  • Não deixe que os dados consumam você;
  • Mantenha suas opções abertas;
  • Concentre-se mais em evitar coisas que não funcionam do que em tentar descobrir o que funciona;
  • Respeite o antigo: procure hábitos e regras que existem há muito tempo.

Bônus: Talks at Google – Antifragille: Things That Gain from Disorder – Nassim Nicholas Taleb

Dica: para legendas em português, inicie o vídeo e, nas configurações (ícone da engrenagem), clique em Legendas, depois em Traduzir automaticamente e escolha o idioma.