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Burnout e desemprego: o pesadelo dos jovens no mercado de trabalho

Jovens millennials e geração Z enfrentam desemprego e burnout
Helena Sachs
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Considerados uma promessa e até uma ameaça para as gerações mais velhas no ambiente de trabalho, por sua intimidade com o mundo digital, os jovens estão vivendo um pesadelo que poucos seriam capazes de prever.

Pesquisas recentes indicam que os jovens das Gerações Y e Z são os mais afetados pelo desemprego no Brasil, agravado pela pandemia de Covid-19.

Estudos também demonstram que as incertezas da economia e a migração para o home office impactaram fortemente esse jovens, que têm sofrido graves problemas de ansiedade, estresse e da chamada síndrome de burnout.

Mas com acesso a escolas, apoio dos pais e tanta informação disponível a um clique como é que os jovens chegaram a essa situação tão preocupante?

A resposta: um tanto de estatística, um tanto de psicologia e outro de tecnologia.

Geração Z foi a mais afetada pela pandemia

Os jovens da Geração Z, nascidos entre 1996 e 2010, foram os mais afetados pelo desemprego durante a pandemia.

Dados do IBGE divulgados em maio deste ano indicam que 31% deles estão fora do mercado formal de trabalho.

Já entre os representantes da Geração Y, também chamados de millennials, o desemprego está na casa dos 14,7%, contra 9,7% da Geração X e 5,7% nos Baby Boomers.

Parte desse cenário se deve ao fato de que mais de 50% da força de trabalho no Brasil hoje se encontra justamente dentro dessa faixa de 25 a 39 anos, a dos millenials.

Portanto, se considerarmos as duas grandes crises econômicas da última década — a de 2014 e a provocada pela Covid-19 –, é natural e até esperado que a Geração Y tenha sido tão afetada.

Desemprego é maior preocupação entre os jovens brasileiros

Pesquisa anual da empresa de consultoria corporativa Deloitte divulgada em 2021 mostra que o desemprego é hoje a maior preocupação dos jovens brasileiros.

Segundo o estudo, 38% dos jovens de Geração Y têm o desemprego como principal preocupação, seguidos da Geração Z, com 31%.

A mesma pesquisa indica ainda que o estresse e ansiedade já afetam mais da metade desses jovens — 52% na Geração Y e 54% na Geração Z.

O medo de ficar sem emprego e sem perspectiva de carreira seria o principal causador do estresse para 57% dos jovens entre 25 e 39 anos e para 65% dos mais novos, entre 18 e 24 anos.

Mais da metade também afirma não se sentir à vontade para conversar com seus chefes sobre essas angústias, que só aumentaram durante a pandemia e, em casos extremos, têm levado a crises de burnout.

Por que os mais jovens estão sendo vítimas de ansiedade?

Problemas de ansiedade no trabalho não são exatamente uma novidade, mas a recorrência sobre as gerações mais jovens tem chamado a atenção de psicólogos e especialistas do mundo corporativo.

Parte disso pode ser explicado pelo perfil comportamental predominante nos profissionais da Geração Y.

Nos mais de 5.000 Testes das Cores aplicados pela Rock Ensina, um dos resultados mais recorrentes tem sido os do Perfil Azul, das pessoas racionais e controladoras.

Pessoas com esse perfil geralmente demonstram uma necessidade de controles rígidos em todos os aspectos da vida, o que costuma gerar frustração, sofrimento por antecipação e ansiedade diante das dificuldades.

“O jovem já inicia a sua vida profissional pensando que tem que ter resultados muito rápidos porque sabe que quando chegar perto dos 40 anos, ele vai ser expelido do mundo corporativo”, explicou o filósofo Luiz Felipe Pondé, durante live realizada este ano com o Prof. Roberto Sachs, da Rock Ensina.

Parte da culpa, aponta Pondé, é dos próprios pais, que criaram seus filhos com a expectativa de que seriam os melhores em tudo o que escolhessem fazer. Só faltou combinar com o capitalismo selvagem, 100% movido a resultados…

Tecnologia: salvadora e algoz ao mesmo tempo

Admirados pelas gerações analógicas por sua capacidade de dominar as ferramentas das novas tecnologias digitais, os jovens acabaram se tornando também vítimas dela própria.

Imersos em um mundo dominado – e controlado – por redes sociais, eles têm sido sufocados por uma rotina de controle e de metrificação da vida. Com seus celulares, estão sempre medindo a quantidade de likes em seus perfis, de novos inscritos em seus canais, a quantidade de calorias que vão ingerir ou de passos que precisam dar ao longo do dia. É a chamada Tirania das Métricas.

Quando se associa tudo isso a um cenário de pandemia, pressão e incertezas, está pronta a receita para o pesadelo.

Em vez de se beneficiar da situação, os mais jovens, justamente aqueles que estavam tão acostumados a se relacionar e comunicar através das ferramentas digitais, acabaram sendo os mais afetados pela migração do trabalho para o modelo de home office.

Pesquisa da startup Pulses revelou que 45% dos trabalhadores da Geração Z estavam se sentindo mais ansiosos com a nova modalidade de trabalho remoto. Na Geração Y, esse número era de 36%, contra apenas 15% dos mais velhos.

A falta de contato social, aliada à necessidade de mostrar trabalho e o medo de perder o emprego, tem levado muitos desses jovens a desenvolver a chamada síndrome de burnout, que se caracteriza pelo esgotamento físico e psicológico diante das pressões do trabalho.

5 conselhos para superar o pesadelo e dar a volta por cima

Se você é da Geração Y ou Z e chegou até o final deste texto, agora vem a boa notícia: como todo pesadelo, meu jovem, esse também vai acabar!

Não há nada de errado em ter 18, 25 ou 35 anos, muito pelo contrário. Então lá vão algumas dicas para se manter firme para quando essa má-fase passar e voltar a aproveitar todas as qualidades e oportunidades que só os jovens são capazes de oferecer ao mercado de trabalho.

  1. Como toda crise na história, essa que vivemos também é passageira. O avanço na vacinação pelo mundo tem demonstrado que há, sim, luz no final do túnel e que muito em breve o contato social e a vida profissional serão retomados
  2. Com a economia reaquecida, os empregos voltarão a crescer. E nesse cenário, as habilidades dos jovens de lidar com dados e ferramentas digitais serão valorizadas
  3. Desenvolva a resiliência e a antifragilidade. É diante das dificuldades que nos fortalecemos e encontramos novos caminhos para crescer
  4. Busque sempre o autoconhecimento e o equilíbrio físico, social, mental e espiritual. Ser forte e resiliente é importante, mas não abra mão da sua saúde.
  5. Não seja refém das pressões externas. Aceite que nem tudo é perfeito como nas redes sociais e que fracassar também faz parte do caminho para o sucesso