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Mulheres na liderança: por que precisamos falar sobre isso agora

Mulheres na liderança: por que precisamos falar sobre isso agora
Helena Sachs
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De acordo com uma pesquisa do LinkedIn, os perfis femininos que se candidatam a vagas de trabalho têm 13% menos chances de serem analisados do que os masculinos. Isso significa que os recrutadores ignoram os CVs de mulheres antes mesmo de considerá-las realmente para o trabalho.

Se os homens já começam a ter privilégios antes mesmo de serem contratados, como é possível que se tenha um número significativo de mulheres em cargos de alta liderança?

De acordo com o Ministério da Economia, as desigualdades em relação aos cargos de liderança nas empresas persistem. As mulheres detêm 42,4% das funções de gerência e apenas 13,9% das de diretoria. Ou seja, quanto mais alto o nível dentro de uma companhia, menos elas estão presentes.

Além disso, com relação aos cargos de liderança mulheres ganham, em média, 23% a menos do que homens na mesma posição, segundo estudo da Catho, com mais de 10 mil participantes. Isso significa que a igualdade de gênero e a igualdade salarial entre homens e mulheres estão longe de serem concretizadas.

Em um cenário de pandemia, isso é ainda mais evidenciado. As mulheres que já se dedicavam duas vezes mais tempo com o trabalho doméstico que os homens, segundo um estudo de 2019 divulgado pelo IBGE, foram ainda mais prejudicadas com o confinamento e o home office, já que foi necessário se dedicar ainda mais às funções da casa e aos filhos, sem deixar de lado as exigências trazidas por essa nova modalidade de trabalho.

Mais mulheres na chefia: uma causa justa e que dá resultados

Não é à toa que diante dessa situação a Câmara dos Deputados aprovou no dia 22 de abril de 2021 o Projeto de Lei 1943/2019, que tem como objetivo combater o estereótipo de que os trabalhos domésticos devem ser atribuídos apenas às mulheres em propagandas voltadas aos afazeres do lar.

Além de se pensar na inserção das mulheres no mercado de trabalho de forma igualitária, é necessário ainda frear a desigualdade salarial que faz com que mulheres ganhem menos dinheiro do que os homens, ainda que desempenhem as mesmas funções de trabalho. Uma das saídas para isso é a inclusão de políticas públicas, como o Projeto de Lei da Câmara (PLC) 130/11, aprovado pelo Senado no dia 30 de março de 2021, que institui multa para empresa que submeter mulheres à desigualdade salarial.

É importante ressaltar ainda que essa luta incessante pela inclusão das mulheres no mercado de trabalho, na mesma proporção que os homens, impacta não apenas no quesito social como também no econômico. De acordo com os dados da Organização Internacional do Trabalho, empresas que monitoram o impacto da diversidade de gênero na liderança reportam crescimento de 5% a 20% nos lucros.

Mulheres no poder: necessidade urgente de mudança e desafios

Mulheres trazem uma nova perspectiva de liderança, já que passam por adversidades desde sempre, o que faz com que tenham maior facilidade de adaptação e observem o mundo sob um outro prisma. Nas palavras da escritora e feminista norte-americana Rita Mae Brown, “insanidade é fazer a mesma coisa repetidamente e esperar resultados diferentes”.

Aumentar os cargos de liderança feminina nas organizações é, portanto, uma necessidade, já que criatividade e inovação são fruto da diversidade e da mudança.

De acordo com Claudia Woods, CEO da Uber Brasil, e Fiamma Zarife, CEO do Twitter no Brasil, em bate-papo no Yahoo sobre a pauta “Mulheres no poder’”, o que sustenta a liderança feminina é se posicionar, empoderar, buscar o conhecimento e não deixar que ninguém interrompa ou diminua as suas ideias, apenas por ser mulher.

Essa autoconfiança feminina é como um músculo, precisa ser treinada, ou seja, se faz com a exposição de opiniões e pensamentos sem medo de julgamentos externos.

Para isso é necessário romper com crenças limitantes que algum dia a sociedade tentou impor às mulheres, dizendo que elas não são capazes, que o lugar delas é no ambiente doméstico, que elas precisam se atentar às roupas que usam, precisam ser femininas, delicadas, cuidadosas com os modos de se portar etc.

Diferentemente dos chefes, que ainda são maioria no mercado de trabalho e focam em demandar tarefas e se atêm apenas aos resultados, líderes são aqueles que fazem parte da equipe, cooperam, buscam entender os pontos fracos e fortes de cada um do time e usam os seus poderes de inspiração para incentivar as pessoas a irem mais longe. Certamente você conhece algumas mulheres com esse perfil, mas será que elas estão ocupando os cargos que merecem?

As 5 características mais comuns às lideranças femininas

  1. Autoconfiança – Rompimento das crenças limitantes.
  2. Capacidade de influência – Criação e fortalecimento das identidades do time.
  3. Empatia – Compreensão dos sentimentos e emoções.
  4. Resiliência – Tomada de decisão e bom enfrentamento de adversidades.
  5. Assertividade – Valorização da cooperação de todos para atingir os resultados.