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Criatividade é um dom? Veja como praticar a sua

Criatividade é dom ou dá para desenvolver
Helena Sachs
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Considerada a soft skill do futuro e motor principal da chamada Economia Criativa, a criatividade proporciona aos negócios soluções de problemas, aumento de produtividade e uma abordagem mais eficiente às falhas e queixas sobre seu produto.

É a partir da criatividade que surge a inovação, que nada mais é do que a reinvenção de algo que já existe, tornando-o ainda melhor. Um grande exemplo disso na prática é a startup Uber, que não inventou o transporte comercial individual de passageiros, mas melhorou o desempenho dos serviços de táxi para clientes.

Neste artigo você aprenderá sobre os diferentes tipos de criatividade, além de estratégias para desenvolvê-la.

Criativos e imaginativos. Entenda os diferentes perfis

Diferentemente do que a maioria pensa, a criatividade não é um dom com o qual as pessoas nascem. De acordo com Jeff Dyer, Clayton M. Christensen e Hal Gregersen, autores do livro “O DNA do Inovador”, apenas de 25% a 40% da criatividade está relacionada à genética, o restante vem de pura prática.

Para entender como se tornar mais criativo, é necessário primeiro identificar se você é uma pessoa imaginativa ou criativa. Se você tem ideias com facilidade, mas não age sobre elas, você é apenas imaginativo e não criativo.

De acordo com Gregg Fraley, criador da chamada Janela de Johari da Imaginação, há 4 perfis de pessoas que relacionam capacidade de imaginação e criação.

  • Zumbis: dizem respeito às pessoas que não sabem o próprio poder da imaginação e por isso não fazem o uso dela
  • Sonhadores: possuem ideias, mas não as colocam em prática
  • Gerenciadores: focam na ação e esquecem outras soluções criativas
  • Líderes: não só têm ideias, como as colocam em prática visando transformar o negócio e os resultados

Seja lá em qual perfil você se enxergue, a dica de ouro agora é entender que sendo ou não uma pessoa naturalmente criativa, é possível investir no desenvolvimento da criatividade.

Criatividade não é sinônimo de originalidade

Em seu livro “Roube como um Artista”, Austin Kleon nos mostra que toda nova ideia é um mashup ou um remix de uma ou mais ideias anteriores. Ou seja, que a criatividade nasce da cópia.

Isso não se confunde com plágio, que é tentar fazer o trabalho de outra pessoa passar por seu. A cópia é engenharia reversa, em que você se utiliza das obras de alguém que você ama e se inspira para tirar ideias e depois transformar isso em algo seu, de acordo com as suas vivências e experiência de vida.

Não é à toa que aprendemos a escrever copiando o alfabeto, os músicos aprendem a tocar treinando escalas e os pintores aprendem a pintar reproduzindo obras primas. Mais do que originalidade, conceito quase inalcançável quando olhado de perto, trata-se portanto de desenvolver a sua autenticidade.

Repertório: conhecimento é árvore

De acordo com o escritor Jonathan Lethem, quando as pessoas chamam algo de “original”, nove entre dez vezes elas não conhecem as referências ou as fontes originais envolvidas. Já imaginou o que isso quer dizer, né?

Isso mesmo, falta de repertório. É como ouvir uma música dos Beatles e não identificar algumas de suas referências como Buddy Holly, Little Richard, Jerry Lee Lewis e Elvis, os pioneiros do rock’n’roll.

Como dizemos na Rock Ensina, conhecimento é árvore. Ou seja, é preciso investir no seu repertório para se tornar uma pessoa criativa. Isso não se faz apenas imitando um artista que te inspira, mas sim indo além, captando o modo dele pensar, suas influências e repertórios.

Por isso dizemos que a criatividade não cai do céu, ela é consequência de muito esforço. É preciso deixar a zona de conforto, procurar por novos conceitos e se aprofundar nos mais diversos tipos de assuntos.

Dicas de leitura: obras que estimulam sua criatividade

Ler é uma das formas de ganhar esse repertório de ideias. De acordo com neurocientistas brasileiros Ivan Izquierdo e Suzana Herculano-Houzel, a leitura é o mais completo exercício que existe para o cérebro e, certamente, uma das práticas que mais contribui para o desenvolvimento da criatividade.

Pensando nisso, separamos algumas obras para estimular essa jornada:

  • “O Dilema da Inovação” – Clayton M. Christensen
  • “O Cérebro Criativo” – Shelley Carson
  • “DNA do Inovador – Dominando as 5 habilidades dos inovadores de ruptura” – Clayton Christensen, Hal Gregersen e Jeff Dyer
  • “Criatividade S.A.” – Ed Catmull
  • “De Onde Vêm as Boas Ideias” – Steven Johnson
  • “Isto Não É um Livro” – Keri Smith
  • “O Iconoclasta” – Gregory Berns
  • “A Grande Magia” – Elizabeth Gilberth
  • “Sobre a Escrita” – Stephen King
  • “Roube como um Artista” – Austin Kleon

9 dicas para desenvolver sua criatividade

Além da busca por referências, há outras estratégias que podem ser colocadas em prática para desenvolver sua criatividade. Confira abaixo:

1. Não se prenda à rotina. Experiências que fogem do habitual nos transformam. Um bom exemplo disso é fazer caminhos diferentes para ir ao mercado, experimentar novas culinárias, viajar, assistir novos gêneros de filmes, música ou livro.

2. Exercite a sua mente. Procure reservar tempo para usar sua criatividade com o que você gosta, nossa mente precisa de estímulos constantes.

3. Reserve momentos de ócio. Evite ficar por muito tempo em frente ao computador, insistindo em atividades que não está conseguindo desenvolver. Se as coisas não estão saindo como esperado, é melhor tirar um tempo para relaxar ou fazer algo que você goste e voltar mais tarde.

4. Crie novos desafios. Para exercitar o seu potencial criativo é preciso se expor a pequenos desafios diários, como por exemplo sair para se exercitar mesmo sem muita disposição, aprender uma nova receita ou então escrever sobre o seu dia.

5. Crie um hábito da leitura. Diversificar a leitura, mudando o assunto ou tema que você está mais conectado, é fundamental para exercitar a criatividade.

6. Procure pelo novo. Quando convivemos sempre com o que já somos acostumados, acabamos tendo pensamento semelhantes, por isso é preciso buscar opiniões diferentes das nossas, conversar com pessoas de uma outra cultura e visitar novos lugares.

7. Faça anotações. Anote as suas ideias no momentos em que a criatividade aflora. Pode ser num caderno de anotações, num gravador de voz ou mesmo em ferramentas como WhatsApp.

8. Organize-se. Com a organização em dia sobra, mais tempo para pensar em novas ideias e soluções.

9. Cuide do seu ambiente de trabalho. Quando estamos em um ambiente mais leve e descontraído somos mais criativos. Uma boa dica é espalhar fotos, cores, sons e odores que despertem boas sensações no seu local de trabalho.

Saiba o que atrapalha o seu processo criativo

Já parou para pensar o porquê de as crianças serem muito mais criativas do que os adultos?

Na infância somos livres para desabrochar, absorver, modelar e criar coisas novas sem julgamentos ou regras, diferente dos adultos que vivem limitados às regras e métricas, temendo o erro e o fracasso a todo instante.

A criatividade surge com aleatoriedade, leveza e liberdade, por isso que as crianças se destacam no potencial criativo. Com o excesso de informação e a imposição de controle para tudo, os adultos se tornam cada vez mais racionais – perfil ligado à cor Azul no método da Rock Ensina – e menos criativos – característica associado à cor Amarela.

Veja abaixo algumas dicas da Rock Ensina para aumentar o seu Amarelo e driblar o chamado bloqueio criativo:

  1. Pratique a procrastinação produtiva
  2. Se desprenda de julgamentos
  3. Tenha a mente aberta
  4. Busque autenticidade
  5. Procure por conhecimentos em lugares diferentes
  6. Não tenha receio de errar
  7. Faça atividades contemplativas
  8. Fique períodos offline
  9. Retome hobbies antigos
  10. Saia do lugar-comum